19.06.2013

A Copa do Mundo das Marcas

A Copa chegou. Quanta coisa aconteceu e também não aconteceu, quanta coisa passou pelas nossas mentes como imaginário do que teríamos de fazer desde 2007 quando do anúncio do Brasil como país sede da Copa Mundo da FIFA em 2014 e da Copa das Confederações em 2013.

Posso lhes afirmar que quem mais se agitou em todo esse período inclusive antes do anúncio foram sim as marcas. Quanto mais observarmos o comportamento e as atitudes das marcas locais e globais mais entendemos que vivemos num infindável palco de apresentações. As marcas, se considerarmos pessoas, produtos, serviços e lugares, vivem um intenso frenesi em torno deste, que é o maior evento do planeta comparado somente, na sua grandiosidade, às Olimpíadas.

As pessoas envolvidas na época da campanha para a candidatura como país sede, a começar pelo ex-presidente Lula, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, Pelé, Ronaldo e tantos outros que ajudaram a construir um ambiente de confiança naquilo que era apenas uma grande promessa de valor. Tudo teria de ser feito. Do novo gramado à modernização dos aeroportos.

Não tenham dúvida, foi pelo interesse explícito de todas as marcas envolvidas no processo direta ou indiretamente, que estamos assistindo a uma primeira percepção de parte da entrega daquela promessa feita. Temos ainda muito pela frente até chegarmos a 13 de julho de 2014, quando do encerramento do evento.

O fato concreto é que essa agitação das marcas, sejam as citadas acima, sejam famosas ou desconhecidas, sejam novas ou tradicionais perante ao público, vem despejando milhões e milhões em investimentos nas mais diferentes áreas afins. Da capacitação de pessoas e do receptivo às mais vultuosas obras de infra-estrutura.

E o retorno disso? Como calcular? Não é um cálculo preciso e aritmético. É sim um cálculo de crença e feeling em algo que nos mantém confiante e pré-dispostos a investir. Seja o governo ou as mais diferentes empresas, ninguém dúvida que teremos, num país como o nosso apaixonado por futebol e em fase de pleno crescimento, uma ocupação permanente dos equipamentos e do uso de toda a infra deixada como legado de longo prazo para as cidades, estados e para o país.  

Observem a efervescência das marcas representas por suas logomarcas e veiculações em tudo o que seus olhos podem alcançar. O painel de fundo das entrevistas dos jogadores, mesmo ainda dentro do gramado, a publicidade intensa, os painéis luminosos e dinâmicos na beira do gramado, todos os eventos, das maiores às menores empresas buscam uma única coisa em comum, associar a sua imagem aos atributos oferecidos por uma Copa do Mundo.

Entre os parceiros oficias, Coca-Cola, Adidas, Emirates, Visa, Hyundai KIA e Sony. Como patrocinadores, Budweiser, Castrol, McDonalds, Seara, J&J, Oi e outros mais e como apoiadores temos: Garoto, Centauro, Itaú e Liberty.

Todos sem exceção e muitos outros que não tiveram a mesma felicidade de serem escolhidos têm uma convicção. Dá retorno. Alguns podem até se servir de um aparato de medições e consultorias que calculam de forma mais financeira esse retorno de investimento, mas a grande parte deles acreditam somente.

Não é por acaso que os espaços em determinados campeonatos no mundo giram na casa dos milhões e milhões de dólares em investimentos. O exemplo está no Super Bowl americano onde por cada minuto veiculado uma marca chega a desembolsar U$ 4milhões. Outros torneios como Olimpíadas, Jogos de Inverno, F1, Indy, X-Games, Circuitos de Tênis e Golf e tantos outros mais atraindo tantos investimentos oriundo do mundo das marcas.       

É sim um grande show, um grande palco com uma marca criando valor à outra a começar pelos próprios jogadores que se tornaram nos últimos anos as grandes estrelas e fama e estilismo com remunerações astronômicas. O co-branding no seu mais alto grau de performance e transferência de créditos. Centenas de milhares de marcas ao mesmo tempo. Todos em tese saem satisfeitos acredito eu, se não pela criação direta e efetiva de valor ao seu brand equity, patrimômio de marca, seu maior ativo, que seja para lhes encher de orgulho e messagear as suas vaidades.