14.07.2014

A GERAÇÃO DATADA

Vemos o mundo em pixels nas telas de celulares, tablets e notebooks das mais variadas polegadas. Há poucos anos, as telas pequenas de celulares eram as mais modernas. Com o acesso a sites de pesquisas, redes sociais e postagem de fotos, os novos modelos precisaram se adaptar às necessidades do usuário que vê o mundo por meio de telas.

Nossas vidas são expostas, passamos a ter a privacidade invadida por stalkers, como famosos perseguidos por paparazzis. Como a celebridade que reclama da falta de liberdade, mas não consegue deixar a exposição na mídia, nós também reclamamos. Mesmo assim, continuamos postando o que comemos no almoço e aquela música triste após levar um pé na bunda.

As novidades tecnológicas surgem a todo momento e não nos impressionamos mais com tantas transformações. Isso porque já temos em mente que a tecnologia está em constante avanço e mal acabamos de comprar um aparelho, outro já será lançado. A quantidade de novos produtos e conceitos criam necessidades em nós, que até então não existiam.

O futuro na tela da ficção

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Muitos filmes tentaram prever como estaríamos vivendo nos anos 2000: Robocop (1987) e De Volta para o Futuro 2 (1989) visitaram 2015.  Você vê alguma semelhança com a nossa realidade? Vale a pena rever os avanços tecnológicos que o século passado esperava do mundo pós-moderno.

Câmeras digitais super finas, aparelhos com comando de voz, grandes monitores de tela plana, vídeo chamada e aparelhos portáveis foram algumas das previsões futurísticas dessas produções cinematográficas.

No território das animações, The Jetsons é o clássico futurista dos carros voadores, cidades suspensas, trabalho automatizado, eletrodomésticos e entretenimento esbanjando protagonismo na vida dos personagens. A série Futurama satiriza o futuro ideal através da história do entregador de pizza, do final do século XX, que foi congelado por mil anos. Depois de voltar à vida, ele consegue um emprego em uma empresa interplanetária do século XXXI. O que nos leva a refletir, qual futuro nós queremos? 

Registros tecnológicos

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O que podemos prever é que somos uma geração datada. Produzimos conteúdos em que as citações são indispensáveis para expressar nossas vidas. Textos que mencionam o Orkut já se tornaram vintage. O cineasta Matheus Souza é um grande exemplo. Em seu primeiro filme “Apenas o Fim”, ele cita o Orkut. Já no segundo, fala da transição que todos fizemos para o Facebook e outras redes, que fazem de nossas vidas uma rotina híbrida.

Diálogo de “Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida”, segundo filme do diretor e roteirista Matheus Souza:

“Depois teve a fase smartphone. Deus abençõe o smartphone. Eu não sei o que as pessoas faziam sem smartphone, tendo que chegar em casa pra checar e-mail todo dia. Eu ficava horas no Facebook, no Twitter, no MSN, no Gtalk, eu até dei uma segunda chance pro ICQ, mas pouca gente entra de manhã. Eu acho tudo isso meio deprimente. Mark Zuckerberg, desculpa, com todo respeito, mas eu odeio o Facebook. Você acabou com a minha vida, eu não quero saber o que aquelas pessoas estão dividindo comigo, eu não to interessada no que elas estão pensando ou que vídeo do youtube elas acharam mais engraçado. Então, porque é que eu continuo gastando, sei lá, 40% dos meus dias atualizando a página inicial?”

O que será de nós no futuro?

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É comum surgirem debates questionando o uso das mídias sociais em manifestações artísticas, como na literatura e no cinema. Estamos vivendo o nosso momento e as redes sociais fazem parte de nossas vidas. Se no próximo século a sociedade não fizer ideia do que era um Instagram, são os registros de hoje que irão instigar a curiosidade da sociedade do futuro. Sociedade futurista que tentamos imaginar como tantos tentaram fazer com os nossos dias atuais.