18.03.2013

“A minha profissão? Tradutor de games”

     No ano de 2012, o Brasil foi considerado o vice-líder do mercado de videogames na América Latina (isso mesmo!), movimentando então US$457 milhões para fins “eletrônicos”, segundo uma pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers. A resposta para tal pesquisa pode ser encontrada nos mais populares títulos de jogos, que foram lançados com legendas e às vezes até dublagem em português.

     Com certeza, essa é uma notícia boa aos amantes de jogos, videogames, e até mesmo aqueles garotos que costumam ouvir da mãe: “Sai desse videogame e vai trabalhar!”. A mais nova profissão, de tradutor de games, atualmente vem sendo ocupada por profissionais jovens, fãs dos jogos eletrônicos e que em média estão ganhando o equivalente a R$ 2.500. Porém, em alguns casos, esse salário foi tão elevado que pode chegar até R$6.500. Essa é a hora (exclusiva) de responder a sua mãe: “Mãe, estou indo trabalhar com videogame!” E antes que ela enlouqueça com a sua escolha, explique os benefícios. 

     Segundo a Camila Ibarra, Gerente de Operações da Synthesis Brasil, empresa responsável pela tradução de franquias como Max Payne, Far Cry e Assassin’s Creed, esse novo profissional se tornou mais que uma necessidade. As produtoras passaram a traduzir os seus jogos para o português brasileiro, por ter visto aí uma oportunidade de vendas. Se jogando com títulos em inglês o Brasil já ocupa tal posição, há a possibilidade de um aumento ainda maior se for disponibilizado na própria língua materna. Com a tradução, a abrangência se multiplica, pois se atinge um público mais jovem e também aqueles que não possuem conhecimento da língua inglesa.

     É nesse momento que surge a pergunta: mas qual é a diferença entre o tradutor de jogos, para outros tipos de tradução? A resposta é simples: existe uma linguagem específica e maneiras diferentes de traduzir alguns termos do jogo. Logo, deve se ter um conhecimento amplo e específico de cada um deles, como os ambientes e as armas, por exemplo. Foi então devido à falta de comprometimento e qualidade por parte das terceirizadas que antes realizavam esse trabalho – deixando as traduções “ao pé da letra” acarretando num contexto incompatível com o jogo – que surgiu a nova e tão desejada profissão! 

     Podemos considerar o trabalho de adaptação à cultura do país, então, um fator imprescindível. Um texto em inglês somente traduzido à língua brasileira poderá ficar confuso se tratar de concepções inglesas. Logo, para que soe naturalmente para o brasileiro, a tradução deve conter elementos que façam o jogador se identificar a sua cultura.

     Para os que ficaram animados com a nova necessidade do mercado do trabalho, vão aí algumas dicas. O profissional deve acima de tudo, conhecer e gostar muito de games. Além disso, não se engane: por mais divertido que pareça, essa profissão também exige do candidato muita dedicação e pesquisa, já que resultados coerentes estarão sempre sendo cobrados (normalmente em prazos curtos)!

Fonte: Super/Abril