17.04.2014

E a palavra do ano é… Selfie!

O que esperar de uma geração onde a palavra mais falada/pesquisada/escrita na rede em 2013 foi uma representação delas mesmas?
Selfie significa, segundo o dicionário online de Oxford, “uma fotografia que uma pessoa tirou de si própria, normalmente com um smartphone ou webcam, e que foi colocada numa rede social”.
Está claro: a moda agora é tirar foto de si mesmo, onde e com quem estiver, para divulgar na rede. Afinal, somos todos seres humanos – até mesmo o Papa Francisco!

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Até que ponto os selfies são reflexo de uma sociedade egoísta?
O comportamento desregrado nas redes sociais demonstra o afã de uma liberdade recém-conquistada. Hoje é possível se falar o que quer, sobre quem e como desejar na rede. Todos têm esse direito!

Têm?
Pensando em tirar vantagem para si próprio, ou por outras razões individuais, falar mal do outro publicamente contando particularidades, segredos e às vezes até ameaçando é mesmo um direito?
O modelo capitalista da sociedade premia e estimula o comportamento individualista, utilitário e egoísta. Entretanto, diversos pesquisadores, entre eles o super comentado Alan Greenspan, acreditam que essa é apenas a verdadeira natureza humana e, portanto, não há muito para se fazer a respeito. 

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Atualmente, a competição entre as pessoas é um dos fatores de importância na sobrevivência das espécies. O ser humano é um dos animais mais sociais que existe, vivendo em grupos cada vez maiores, mais complexos e com indivíduos cada vez mais independentes.  Ou interdependentes?

Tem-se a necessidade constante de estar sempre conectado a outra pessoa e pertencer a um grupo, a uma coletividade, a uma comunidade. A selfie é resultado disso. Uma maneira de poder mostrar aos outros a que grupo se pertence, seja através das pessoas com quem anda ou seja através dos lugares que frequenta.

Limites que não existem
Recentemente uma nova moda do selfie brilhou nas manchetes de blogs e sites de todo o mundo: fotografias de casais em momento pós-sexo.  Tudo bem, cada um tem a sua privacidade e decide o que de seu é publico ou não. Mas, permito-me refletir, até onde iremos? Qual o próximo selfie da vez?

Chegaremos a um momento em que todas as nossas ações serão fotografadas e imediatamente divulgadas? Quem sabe. O que nos falta são reflexões acima de ações. Não há problema em se fazer isso desde que se entenda o porquê.