22.10.2014

Evasão ou invasão de privacidade?

Em tempos de ciberespaço, se a privacidade de fato não acabou, a essência do conceito mudou muito. Quando aplicada às redes sociais, corresponde às informações que não devem ser compartilhadas. Também pode ser entendida como conjunto de direitos que, se desrespeitado, gera batalhas entre os usuários que a exigem, especialmente, após sofrerem algum dano.

A INvasão de privacidade, que inspirou obras cinematográficas e literárias, mudou de prefixo e passou a Evasão. Facilitada pelas redes sociais, a exibição pública caminha para a naturalização, dando vazão ao sonho dos que, consciente ou inconscientemente, desejam ser “star”, cativando uma audiência particular. Contudo, o clichê de que os limites entre o público e o privado se diluíram começa a ser posto à prova e pode alterar o destino das redes sociais.

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Privacidade para quê?

Indícios dessa tendência são as opções Snapchat e Secret que prometem privacidade ao apagar as mensagens enviadas pelos usuários assim que visualizadas. Por conquistarem um número crescente de adeptos, o próprio Facebook desenvolveu um aplicativo similar, o Slingshot. De acordo com a revista Wired, em 2013, o número de mensagens trocadas diariamente pelo Snapchat chegou a 350 milhões.

Cientes de que revelar a privacidade pode comprometer reputação, o público jovem opta pelas novas soluções na tentativa de:
• delimitar sua singularidade,
• driblar a vigilância de familiares,
• exacerbar sua identidade contraditória, temporária, fragmentada e múltipla,
• e, até mesmo, aderir ao “sexting”, termo em inglês que designa a troca de mensagens e imagens com conotação sexual.

Novas telas abrem-se à evasão da privacidade, desta vez, controlada. Uma lição dessa contradição é que SIM, transitar no mundo digital requer educação, o que vale inclusive para as empresas que mantêm perfis na rede.