16.07.2013

O futuro segundo o Google

Já pensou num carro que te leva para qualquer lugar, sem que seja necessário um motorista para conduzi-lo? Objetos e eletrodomésticos que podem ser controlados remotamente? E passar as férias no espaço? Tenho certeza que já. E o Google também.

A missão de organizar todas as informações distribuídas pelo mundo e torná-la disponível continua movendo a empresa. Mas o Google quer mais. Segundo os fundadores, o objetivo é construir um futuro em que a tecnologia se torne mais presente no cotidiano das pessoas e que, de alguma forma, ajude a melhorar a vida de seus usuários.

Informações concedidas pelo Google para a Revista Info Exame, em janeiro de 2013, revelam que o foco é sempre no usuário final. “Temos de fazer o básico, mas ao mesmo tempo sonhar com o impossível”, diz Fabio Coelho, diretor geral do Google Brasil. Podemos dizer que a informação procede, já que as ideias da empresa estão alcançando realidades bem distantes se comparadas com as atuais.

Objetos inteligentes

Se você já imaginou controlar sua casa (até mesmo sua vida) através de um “controle remoto”, como no filme O Click, saiba que as chances estão cada vez mais próximas.

Uma das iniciativas futuristas do Google são os objetos capazes de decodificar informações remotamente, vindas de tablets ou smartphones. A intenção é deixar o mundo inanimado, mais esperto e inteligente, sem perda de utilidade.

Em 2011, na Conferência Google I/O, que reuniu cerca de 5 mil participantes, entre eles desenvolvedores e palestrantes vindos de 60 países, a companhia apresentou o projeto Android@Home. Ele basicamente se constitui em lâmpadas de LED que podem ser controladas por aparelhos que possuam Android. Inclui também um sistema inteligente de energia elétrica que entra em modo econômico em momentos que, ele mesmo (o sistema), considere necessário, evitando a sobrecarga da rede.

Férias no espaço 

Pois é. Um elevador que diminuiria custos da exploração do espaço e capaz de levar turistas para ver o planeta de uma maneira bem mais, digamos, emocionante.

Explorar os demais astros do universo também faz parte dos projetos do Google. E o turismo, por mais estranho que pareça (ou não), será uma das áreas a receber investimentos. No Google X, o misterioso laboratório do Google, pesquisadores estudam a possibilidade de criação de um elevador espacial (torçamos para que seja de vidro e com vista panorâmica). Boatos de que a ideia já foi analisada pela Nasa e que diminuiria custos. Mas o projeto é um tanto quanto complexo. 

Muitos nanotubos de carbono amarrados num contrapeso seriam necessários para deixar o cabo do carrinho esticado em 30 mil quilômetros de extensão. O que facilitaria no transporte de peças para as naves e suprimentos para uma estação espacial e, claro, os possíveis turistas. Mas, infelizmente, nenhuma pessoa foi capaz de fabricar a “engenhoca”. Mesmo assim, a exploração espacial continua sendo do interesse da empresa.  Enfim, vale guardar uns “trocadinhos” a mais para as férias de 2030.

HD’s substituídos pelas nuvens

Computadores mais baratos (oremos) e fáceis de usar, que mantenham todos os seus programas, dados e documentos na web, de maneira mais eficaz que o atual, também está nos projetos futuros da companhia.

           Muitos de nós possuímos vários computadores. É o de casa, o do trabalho, o notebook e até mesmo o celular. E isso pode prejudicar a produtividade, segundo Larry Page, cofundador do motor de buscas mais famoso do mundo (se você não sabe qual é, pare por aqui). Pois, ambas necessitam de atualizações e backups regulares. E muitos de nós (inclusive eu), só lembramos dessas necessidades quando rola alguma “zica”, “tchutchu”, enfim, quando algo de estranho acontece com nossas fiéis companheiras, as máquinas. E, infelizmente, é verdade. O meu Paulo Cezar, vulgo PC, só recebe cuidados nesses casos, confesso.

          A ideia de Page é que ao fazer o login com uma conta Google, em qualquer um desses aparelhos, todas essas informações, aplicativos e documentos, estejam sincronizados com a nuvem. O que isso quer dizer? Que você pode acessar tudo isso em qualquer dispositivo e em qualquer lugar do mundo. Facilitando não só o acesso, mas, principalmente, garantindo o arquivamento dessas informações.

Então surgiu o Chromebook, a “computação nas nuvens”. Um sistema que só funciona na web e que utiliza o sistema operacional Chrome OS. Ele não somente é utilizado como browser para navegar na rede, como também para rodar aplicativos online, uma vez que muitos já desempenham no céu o que os pesados programas instalados nos micros, fazem em terra. Isso sem falar na enorme gama de serviços que o Google oferece ao usuário com apenas um login (por exemplo, Gmail, YouTube, Google Talk, Maps, Calendar, Docs, Picasa e outros).

Acessando informações do alvo 

Já notou que antes mesmo de você terminar a frase de busca, o Google imediatamente lhe oferece opções de buscas? E convenhamos, na maioria das vezes, o danado acerta.

            O maior sistema de busca na internet (lembrou, é?), conta com mais de 570 milhões de entidades cadastradas e 18 bilhões de fatos e conexões entre elas, que permite ao buscador conhecer, desculpem o termo, uma “porrada” de coisas.

Mas o que me preocupa é que o ato de planejar um almoço com seu paquera ou boy magia (estereótipo usado nas redes, e não por mim, juro), passe a ser sem o envolvimento de ambos. Não que isso não aconteça agora (também acho o WhatsApp uma maravilha). O que alerto nesse parágrafo é que, estes dispositivos que o Google desenvolve, integram essas funções de maneira natural e isso, não pode Arnaldo.

Pois então, o Google Glass, o famoso “computador vestível”, trata-se de um par de óculos que oferece imagens da realidade aumentada, entre outras funções online. O que facilitará o uso da câmera, GPS, entre outras funções, apenas com o movimento da cabeça ou através do comando de voz.

            A ideia seria ainda mais genial se o óculos fizesse uma leitura raio x das coisas e claro, das pessoas. Informações antecipadas do alvo da noite poderiam prever se valeria a tentativa de flerte, ou não.

 Perdendo a “boleia” pro robô

Carros autônomos, já existem. E graças a quem? Dessa vez, me nego a responder. Aliás, daqui em diante é como se Google fosse a resposta para tudo. “Não fui eu mãe, foi o google!”.

            Os veículos autônomos, desenvolvidos pela companhia, circulam há tempos pelo Googleplex, sede do Google, em Mountain View, na Califórnia. Recentemente, receberam autorização para circular em três estados americanos. A única função do passageiro é dizer o destino, já que o motorista robô é quem vai comandar a viagem. Nesse momento, vale lembrar que não existe nenhum ser estranho metalizado com voz estranha no volante (robô é só pra aterrorizar quem acha que o mundo será dominado pelas máquinas). Quem dirige é o sistema inteligente de comando, que é capaz de traçar rotas e operar o veículo de maneira segura.

            A empresa acredita que a tecnologia pode diminuir os números de acidentes e vítimas do trânsito. Além de diminuir a preocupação por uma vaga no estacionamento, já que o veículo pode deixar o passageiro na porta do seu destino e retornar, imediatamente, quando ele solicitar, via smartphone (lógico).

Para o professor de psicologia da Universidade de Nova York, Gary Marcus, o motorista continua sendo indispensável. Pois o sistema desses carros autônomos, ainda é precário. Ou seja, não basta a inteligência do veículo. Todo um sistema, não só tecnológico, mas de leis e costumes da sociedade, devem estar em sintonia. Para que a ideia realmente funcione, é preciso, principalmente, adaptar as leis de trânsito de cada país, bem como a autorização para circulação.

Calma, respira! 

            Tecnologias servem para facilitar o nosso aglomerado mundo de afazeres. Elas nos proporcionam não só uma rápida e fácil acessibilidade, mas também satisfação. Mas é bom ficar atento! Sabe aquele amigo que não vive sem tecnologia? Que a cada Iphone novo, ele dorme na fila da loja no primeiro dia de venda. Pois então, tem gente que não vive mais sem. E aí pode morar um grande perigo. Afinal, somos nós, seres humanos, quem inventamos as máquinas. Nós quem devemos dominá-las e não ela a nós.

            Não é a toa que o Google é uma das maiores potências do mundo. Vocês viram. Mas diante de todos esses projetos, vem a pergunta: será possível? Confesso: parece que quanto mais tecnologias aparecem, menos eu imagino o que há de vir. É como se aquela invenção fosse a última, sendo o limite final da capacidade do ser humano de pensar e inventar.

            Quem sabe nossos netos não façam a tal viagem para o espaço? Importante é alertá-los que as fotos e vídeos feitos pelo Google Glass sejam arquivados nas nuvens (vai que até lá o acesso seja permitido também no paraíso). Ironias a parte, a verdade é que a coisa não para por aí. Só nos resta aguardar os próximos capítulos. E torcer para que a tecnologia que, a princípio serve para facilitar as dificuldades do mundo moderno, não nos torne escravos delas mesmas.

 

(Importante ressaltar que a inspiração para esse artigo, teve como fonte a matéria “O FUTURO SEGUNDO O GOOGLE”, edição 325, da revista Info Exame, em janeiro de 2013).