26.01.2013

Scanning & Printing – transformando a vida real em bits e vice-versa.

A nova disrupção da vem da web (mais uma vez)

A essa altura você já está cheio de ouvir como a web transformou a indústria da mídia e comunicação, possibilitando que pessoas comuns criassem e distribuíssem conteúdo direto para a audiência. Mas a mesma onda está se espalhando em toda a economia, principalmente em negócios com grande vocação social, como hotéis e táxis, por exemplo.

No Brasil já começaram a pipocar aplicativos que conectam taxistas com os passageiros e acabam com a máfia das cooperativas. O serviço é bom para as duas partes. O motorista fica livre das algemas do esquema, podendo de fato empreender no seu próprio negócio, seu carro. E bom para o usuário que tem na palma da mão um sistema super sofisticado para solicitar, monitorar, avaliar e (logo mais) pagar o serviço durante toda a corrida.

Mas os queridinhos da vez são as redes de locação temporária, como o Airbnb – quem já usou o sistema sabe que ele é eficientíssimo, tanto para o hóspede quanto para o hospedeiro. O Airbnb começou da necessidade. Joe Gebbia, co-fundador do site, que conta que há cinco anos atrás ele e alguns amigos tinham um quarto sobrando em São Francisco (Califórnia) e estavam tentando levantar uma grana para ajudar com o aluguel, mas queriam também ter uma relação social com os visitantes. Deu certo. E foi aí que se deram conta de que o sistema poderia funcionar para outras pessoas.

Começou com um colchão inflável, evoluiu para quartos, casas, casas-barco, castelos, vilas, casa-na-árvore e até uma ilha em Fiji você pode encontrar por preços bem razoáveis. O site recebe atualmente mais de 1.000 novas propriedades diariamente e já disponibilizou mais de 10 milhões de noite em todo o mundo.

Mas a companhia que hoje tem valor estimado em USD 1,3 bilhões tem sido bombardeada pelo lobby dos hotéis. Segundo a consultoria HR&A, de Junho 2011 a Maio 2012 os hóspedes do Airbnb contribuíram com USD 56 milhões para a economia de São Francisco. Entre hospedagem, serviços e outros consumos na cidade. É atrás dessa grana que os hotéis estão correndo atrás de regulamentações e barreiras. Mas a experiência que esses negócios geram nas pessoas é única e eu acredito que não tem mais volta, não tem lobby que consiga parar o tsunami. Se a indústria da mídia não conseguiu, dificilmente outros conseguirão.

A expressão peer-2-peer que já foi sinonimo de pirataria agora começa a se estabelecer como a nova cara da internet social e a troca de serviços e mercadorias entre pessoas, gente. Joe Gebbia diz que o segredo do sucesso desse modelo é a conexão entre offline e online criando uma experiência de consumo única.

E nessa minha estreia para o Viva o Mundo Digital digo pra vocês que estou adorando essa onda. Já viajei pra vários países me hospedando pelo Airbnb. Aqui em Londres temos um quarto listado que já recebeu desde uma famosa maquiadora francesa até uma garotinha do interior da Austrália assustada com o frio Europeu. Compro e vendo minhas câmeras fotográficas pelo ebay, contrato táxi pelo meu smart phone e estou bem ansioso para ver como esse modelo daria certo com bancos e seguradoras.