24.11.2014

O Faturamento do Mercado Online

Não é de hoje que o mercado de comunicação e marketing vive um momento conturbado. Desde a popularização do uso da internet, investimentos em mídias convencionais têm gradativamente migrado para as plataformas online. Jornais têm substituído seu faturamento em vendas de impressos e publicidade convencional por vendas de acessos online e publicidade digital, por exemplo.

O poderoso New York Times não foge à regra. O seu faturamento com publicidade convencional recuou em 5,3% no último trimestre. Mais de cem postos de trabalho na redação foram extintos. Ainda bem que os negócios digitais compensaram este assustador recuo. Através de 44 mil novos assinantes online, o jornal conquistou um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2013. Isso significa mais 206 milhões de dólares na conta. Além disso, os ganhos com publicidade aumentaram em mais de 16%. Ou seja, a mesma revolução digital que tumultuou o mercado de mídia oferece por si só condições de reversão do quadro crítico – e mais, condições de crescimento no mercado.

Direitos autorais: DaVinci - bigstockphoto.com
Direitos autorais: DaVinci – bigstockphoto.com

Em um artigo da Fast Company chamado “The Future of Advertising”, uma citação do Sr. Aaron Reikopf (diretor de uma grande agência digital norte-americana) é capaz de resumir com propriedade o que acontece neste mundo cada vez mais digital. Diz ele: “”Nunca ouve uma época melhor para trabalhar com publicidade. E nunca ouve uma época pior para tanto”. Este aparentemente simples dizer é na verdade uma importante lição para todos aqueles que trabalham com comunicação e marketing. Face à dinâmica de um mercado hiper competitivo, as oportunidades são muitas, mas as ameaças se multiplicam. E o grande desafio é se manter à frente da concorrência.

Não existe uma fórmula mágica aplicável a toda empresa que vive de lucros originados da geração de conteúdos. Existem, porém, conceitos macro que são quase obrigatórios para empresas de comunicação que pretendem se consolidar no mundo digital.  São eles:

  • Geração de conteúdo de qualidade;
  • Atenção aos processos de co-criação com o público;
  • Atenção à indexação nas ferramentas de busca (Google, Bing etc.);
  • Cross-midia;
  • Onipresença e acesso via diferentes plataformas (smartphones, desktops, tablets diversos);
  • Versatilidade multimeios (um jornal convencional, por exemplo, pode também gerar vídeos para seu site, ter entrevistas ao vivo e muito mais).

Portanto, veículos de comunicação, uni-vos. Mais do que nunca, faz-se necessária a união para a força. O britânico John Donne dizia “Nenhum homem é uma ilha”. Já eu arrisco diferente – Nenhum veículo de comunicação é uma ilha. As suas sobrevivências e crescimentos dependem sobremaneira da inovação e boa interação com o mercado – tanto on quanto off-line.