Comunicação Digital
28.05.2020

Os Desafios Técnicos da Comunicação Digital

A Comunicação Digital precisa de processos técnicos bem definidos para o seu bom desenrolar

 

Trabalho há 26 anos com comunicação digital. Tive a oportunidade de participar dos primórdios do desenvolvimento de sites e CDs multimídia, atividades que mesclavam programação, design e redação publicitária. Gradativamente estes trabalhos evoluíram para acompanhar as evoluções da web – sites passaram a ser buscados por avançadas ferramentas de busca, a velocidade da web permitiu que a multimídia operasse online, dispositivos móveis trouxeram o conceito de aplicativos ao dia-a-dia dos usuários… enfim, o resultado é a revolução digital que veio para ficar. E que provavelmente ainda tem muito a nos mostrar e surpreender.

 

O que nem todo mundo percebe é o desafio constante dos desenvolvedores para manter as coisas funcionando. Por exemplo, você já encontrou o sistema do seu banco fora do ar? Um e-commerce que não consegue concluir a compra? Ou o sistema interno de sua empresa ou universidade inacessível? Provavelmente sim. E a manutenção dos sistemas em pleno funcionamento é fundamental para o sucesso da comunicação digital.

 

 

E por que estes problemas ocorrem?

Os sites e sistemas são como máquinas em operação constante. Apesar de todos os esforços, a qualquer momento algo pode dar errado. Claro, existem ferramentas para minimizar riscos e danos, mas isso tem um custo. Quanto melhores as estruturas técnicas e humanas por trás de um site, menores os riscos e maior a velocidade de reação em caso de problemas.

 

Vamos então entender as principais causas dos problemas em sites e sistemas online!

 

 

Atualizações – ponta do usuário

 

Os navegadores web, sistemas operacionais, aplicativos, anti-vírus e similares oferecem atualizações constantes, visando evoluir a qualidade do serviço oferecido ao usuário. Porém, é mais do que habitual que uma atualização traga consequências ao uso de determinados sites e sistemas online. A exemplo do efeito borboleta, que afirma que o bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque – as consequências de determinadas atualizações são às vezes catastróficas para um sistema ou dispositivo. Como estamos falando de diferentes atores, em diferentes empresas e países, é humanamente impossível a comunicação entre todos sobre cada passo.

 

 

Atualizações – desenvolvedores

Os desenvolvedores precisam com frequência renovar as tecnologias utilizadas em seus serviços. Claro, as grandes evoluções ocorrem com maior previsão, mas pequenos ajustes são praticamente constantes. Além disso, não é incomum que sem aviso prévio os desenvolvedores se deparem com novidades repentinas trazidas pelas empresas de quem adquirem tecnologias. No caso de software livres, tal situação é ainda mais frequente – com o agravante de não existir um suporte técnico formal para atender as demandas necessárias. Em todos estes casos, consultas ao W3C são fundamentais. Esta é a organização que estabelece padrões e boas práticas de desenvolvimento de sites versus a maior gama possível de navegadores e dispositivos.

 

 

Imprevistos

Situações inesperadas, como crescimento inesperado de acessos, também respondem por boa parte dos problemas enfrentados pelos sites. Por essas e outras é comum ouvirmos: “Exatamente no dia de mais acesso o site saiu do ar!”. Sim, é das situações mais comuns. E mais do que uma simples coincidência, geralmente o alto volume de acessos é um dos – senão o maior – responsáveis pela queda do sistema.

 

 

Falta de planejamento

 

Fazer a manutenção de um site é mais ou menos como fazer a manutenção de uma estrada de alto tráfego. Ao mesmo tempo em que dezenas, centenas ou até mesmo milhares de pessoas precisam das atualizações no sistema, é importante que o serviço a elas disponibilizado não pare. É importante que o sistema traga o serviço provisório com o mínimo de traumas, mínimo risco, alta velocidade e resultados finais que justifiquem todos os esforços da mudança. Não é nada fácil. Portanto, é fundamental que a equipe envolvida seja capacitada e com claros processos de trabalho. Só assim será possível compreender as diferentes etapas do processo, seus prazos, valores, riscos e planos de contingência.

 

 

Sugestões para a boa gestão de sites

 

Curiosamente, a maior parte dos problemas em sites não têm origem na área técnica. A maioria dos problemas surgem da intervenção de atores não capacitados no processo. São estes que comumente questionam prazos, valores, forma, necessidade – ou não – de ferramentas de segurança e outras. Este cenário citado é indiretamente proporcional ao tamanho da empresa, sendo que grandes estruturas não permitem que isso ocorra. Já nas pequenas e médias, poucas vezes encontra-se uma boa governança tecnológica estabelecida.

 

Cabe então ao gestor do processo atentar aos pontos a seguir para não ficar refém de profissionais de outras áreas que insistem em atrapalhar o bom desenvolvimento de atividades técnicas:

 

  • As pessoas que participam do processo técnico são capacitadas para tanto?
  • Existe uma governança estabelecida para a gestão das atividades técnicas?
  • Todas as etapas do processo estão documentadas, com planos de ação para situações de evolução, emergência etc.?
  • A equipe técnica responde a um conselho verdadeiramente preparado, capaz de analisar a qualidade, segurança e índice de inovação de seus esforços?

 

Fica então a sugestão final aos gestores de sites – confie na sua equipe técnica. E caso tenha dúvidas quanto à sua competência, busque auditoria qualificada para um melhor direcionamento. A opinião de atores não-qualificados no processo é tão efetiva quanto a presença de um advogado no centro cirúrgico.

 

Leia também o artigo “Os 6 Elementos do E-mail Marketing de Sucesso”.